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by - maio 22, 2016





me desoriento de propósito
tenho no desequilíbrio
a igualdade de tormentos
de pesos bonitos
minhas extremidades roxas


este ferro sob a cabeça se contorce
apela às mãos carícia
que se faz um traço fino
no solo dos olhos

não me explico

desprezo cumes, rochas, palavras absolutas
em algum lugar em mim sei que me habito
reparo o sal no fundo d'água
não há pressa para arrebentar

há falha súbita no peito
dessas que me faz refutar saudade
que pede rigidez na sequência de erros

tenho um pé atrás da margem
e assim fico livre
: desespero dispara demência
não minto

me suspendo de vocês em silêncio
e traduzo: já saltei faz tempo sem síndrome
esbarrei no ar com meus olhos crus

o futuro amanhecido
sem voz, de tato quente, o cuspe seco
o corpo vazio.



Nota da imagem: Pintura de Paul Klee.

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