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me
desoriento de propósito
tenho no desequilíbrio
a igualdade de tormentos
de pesos bonitos
minhas extremidades roxas
tenho no desequilíbrio
a igualdade de tormentos
de pesos bonitos
minhas extremidades roxas
este
ferro sob a cabeça se contorce
apela às mãos carícia
que se faz um traço fino
no solo dos olhos
apela às mãos carícia
que se faz um traço fino
no solo dos olhos
não me
explico
desprezo
cumes, rochas, palavras absolutas
em algum lugar em mim sei que me habito
reparo o sal no fundo d'água
não há pressa para arrebentar
em algum lugar em mim sei que me habito
reparo o sal no fundo d'água
não há pressa para arrebentar
há
falha súbita no peito
dessas que me faz refutar saudade
que pede rigidez na sequência de erros
dessas que me faz refutar saudade
que pede rigidez na sequência de erros
tenho
um pé atrás da margem
e assim fico livre
: desespero dispara demência
não minto
e assim fico livre
: desespero dispara demência
não minto
me
suspendo de vocês em silêncio
e traduzo: já saltei faz tempo sem síndrome
esbarrei no ar com meus olhos crus
e traduzo: já saltei faz tempo sem síndrome
esbarrei no ar com meus olhos crus
o
futuro amanhecido
sem voz, de tato quente, o cuspe seco
o corpo vazio.
sem voz, de tato quente, o cuspe seco
o corpo vazio.
Nota da imagem: Pintura de Paul Klee.
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